O I Seminário Internacional para Preservação do Patrimônio
Cultural Compartilhado Brasil-Nigéria é parte de um conjunto de ações visando o
intercâmbio cultural entre os dois países e em especial Bahia – Oyo.
A perspectiva é envolver o governo brasileiro, os terreiros
matriciais do candomblé baiano de origem ioruba, e o governo nigeriano,
juntamente com Sua Majestade Imperial, o Alaafin Oyo e sua comunidade
tradicional, com vistas à valorização do patrimônio cultural compartilhado
pelos dois países. Ao mesmo tempo, pretende-se articular as comunidades tradicionais,
incentivando-as a desenvolver mecanismos de proteção patrimonial.
A proposta de intercâmbio foi construída conjuntamente pelos
terreiros: Ilé Asè Iyá Nassó Okà (Casa Branca), Ilé Asé Opo Afonja, Ilé Iyá Omi
Asé Iyamasé (Terreiro do Gantois), Ilé Maroialaji (Terreiro Alaketu) e Ilé
Osùmàré Arakà Asé Ogodo (Casa de Oxumare), com a anuência de S.M.I. Alaafin
Oyo, Adeyemi III.
Autoridades religiosas destas casas acreditam que o
intercâmbio cultural entre o Brasil e a Nigéria, cumprirá também o papel de evidenciar
a importância das tradições iorubas de Oyo, de tal forma a alertar o governo
nigeriano para a preservação urgente desse patrimônio internacional, de valor
imensurável, também para as comunidades brasileiras. Isso porque apesar de a
República Federativa da Nigéria dispor de instrumentos internos de proteção do
patrimônio cultural e histórico, tendo inclusive conquistado os títulos de
Patrimônio Mundial para a Paisagem Cultural de Sukur (1999) e a Floresta Sagrada
de Osun-Osogbo (2005), até o momento nada foi feito para preservar a antiga
cidade de Oyo.
Espera-se que este intercâmbio possa gerar desdobramentos no
sentido de incentivar o governo nigeriano a apoiar pesquisas sobre o patrimônio
de Oyo, classificar a cidade como patrimônio nacional e submeter uma
candidatura de patrimônio mundial junto à UNESCO.